segunda-feira, 17 de junho de 2013


Reflexões acerca de sequência didática visando fruição estética por meio da leitura 

     "Avestruz", de Mário Prata, "Pausa", de Moacir Scliar e "Meu primeiro beijo" (Antônio Barreto) são textos que atingiriam em cheio o aluno, assim como uma campanha publicitária logra atingir seu público-alvo quando bem sucedida. . A necessidade de estar só, com o outro, de conhecer e conviver com o estranho, a curiosidade e a atração e a repulsa: tópicos e temas a confluirem para fruição estética do leitor se a nossa sociedade fosse, de fato, uma sociedade grafocêntrica.
     Pessimismos à parte, é preciso discutirmos se esta, de fato, é uma escolha a ser ratificada no futuro por nossos jovens educandos que, quanto mais leem, menos entendem.
     Nesta perspectiva, vale a pena nos questionarmos, como professores, se a tradição escrita será mantida pelas gerações futuras, se serão necessárias, se serão desejadas e usufruídas. Uma questão que deve ser colocada aos alunos, inclusive.
     Uma sequência didática que tenha a leitura e cidadania como tema deve levantar esta questão: sendo a escrita um dado / fato da nossa cultura (estrutura social, econômica, política), estariam nossos aprendizes dispostos a manter leitura e escrita no cerne de suas existências?
     Quanto tempo mais resistirão nossos jovens aos apelos da imagística pura (imagem que vale por mil palavras), aos apelos, enfim, do ágrafo? 

Vinícius Gonçalves de Andrade

Um comentário:

  1. Situação de aprendizagem.
    Intertextualidade: o texto em movimento.
    O objetivo é mostrar ao aluno os diferentes tipos de textos e como eles podem se encontrar.
    Um texto pode dialogar com outro texto?
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    Amor é fogo que arde sem se ver;
    É ferida que dói e não se sente;
    É um contentamento descontente;
    É dor que desatina sem doer.

    É um não querer mais que bem querer;
    É um andar solitário entre a gente;
    É nunca contentar-se de contente;
    É um cuidar que se ganha em se perder.

    É querer estar preso por vontade
    É servir a quem vence o vencedor,
    É ter com quem nos mata lealdade.

    Mas como causar pode seu favor
    Nos corações humanos amizade;
    Se tão contrário a si é o mesmo amor?
    Luís de Camões
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    Coríntios 13:1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.
    I Coríntios 13:2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
    I Coríntios 13:3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
    I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece,
    I Coríntios 13:5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;
    I Coríntios 13:6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
    I Coríntios 13:7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
    I Coríntios 13:8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
    I Coríntios 13:9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
    I Coríntios 13:10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
    I Coríntios 13:11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
    I Coríntios 13:12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
    I Coríntios 13:13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.
    I Coríntios 13
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    Monte Castelo
    Legião Urbana

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos,
    Sem amor eu nada seria.

    É só o amor! É só o amor
    Que conhece o que é verdade.
    O amor é bom, não quer o mal,
    Não sente inveja ou se envaidece.

    O amor é o fogo que arde sem se ver;
    É ferida que dói e não se sente;
    É um contentamento descontente;
    É dor que desatina sem doer.

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos
    Sem amor eu nada seria.

    É um não querer mais que bem querer;
    É solitário andar por entre a gente;
    É um não contentar-se de contente;
    É cuidar que se ganha em se perder.

    É um estar-se preso por vontade;
    É servir a quem vence, o vencedor;
    É um ter com quem nos mata a lealdade.
    Tão contrário a si é o mesmo amor.

    Estou acordado e todos dormem.
    Todos dormem. Todos dormem.
    Agora vejo em parte,
    Mas então veremos face a face.

    É só o amor! É só o amor
    Que conhece o que é verdade.

    Ainda que eu falasse
    A língua dos homens
    E falasse a língua dos anjos,
    Sem amor eu nada seria.
    http://letras.mus.br/legiao-urbana/22490/

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